Minhas memórias do Rio
Olavo Caiuby Bernardes
Nasci
no Rio, na casa onde cresci em São Conrado tinha jabuticabeira e uma arara que
dizia arara todo dia.
A
casa ficava abaixo do nível do mar, e quando chovia muito alagava.
Tínhamos
um cão que era super-diferente, West Highland White Terrier, o Ubaldo (nome do
irmão do meu bisavô, Olavo), o primeiro do Brasil. Ele sofria muito pois era
peludo e não suportava o calor. Tínhamos também uma pastora-alemã, a Axé, que
era um amor com todo nós, mas que era uma fera com qualquer estranho na rua.
Gostava
de ir no Bob’s, mas achava a batata muito salgada. Aprendi a andar de bicicleta
sem rodinha, como muitos cariocas, no calçadão de Ipanema e Copacabana. Ia na
piscina do Hotel Intercontinental, em São Conrado, onde havia um bar molhado no
meio da piscina, que achava a coisa mais extraordinária. Também gostava muito
do Jardim Botânico e da fonte de água natural, e pude levar minha filha lá
recentemente.
Tínhamos
também um saveiro (uma espécie de veleiro), que ficava ancorado na Marina da
Gloria, que velejávamos o final de semana. O marinheiro tinha um ratinho
branco, que ficava andado de cima para baixo na proa do barco.
Estudei
no Maternal, perto de casa, e no Jardim de Infância, esse último em escola
alemã, no Corcovado. Rezávamos o Pai Nosso em alemão, e lembro-me que
cantávamos o Hino Nacional do Brasil e Alemanha. Uma vez fizeram um bolo
gigante de metros de altura, de aniversário da escola. Nas férias e feriados
íamos para São Paulo visitar meus avôs, muitas vezes de trem, algo que
infelizmente não existe mais...
Quando
tinha sete anos, meus pais, que são ambos paulistanos, voltaram para São Paulo,
para depois virem a se divorciar um ano depois, e minha experiência do Rio
acabou. Ainda lembro da arara e da fonte de água do Jardim Botânico, que pude
levar minha filha recentemente, para ela, nova geração, já perguntar se é água
filtrada e se podia tomá-la...
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