Saturday, May 3, 2025

Minhas memórias do Rio

 

Minhas memórias do Rio

 

Olavo Caiuby Bernardes

 

Nasci no Rio, na casa onde cresci em São Conrado tinha jabuticabeira e uma arara que dizia arara todo dia.

A casa ficava abaixo do nível do mar, e quando chovia muito alagava.

Tínhamos um cão que era super-diferente, West Highland White Terrier, o Ubaldo (nome do irmão do meu bisavô, Olavo), o primeiro do Brasil. Ele sofria muito pois era peludo e não suportava o calor. Tínhamos também uma pastora-alemã, a Axé, que era um amor com todo nós, mas que era uma fera com qualquer estranho na rua.

Gostava de ir no Bob’s, mas achava a batata muito salgada. Aprendi a andar de bicicleta sem rodinha, como muitos cariocas, no calçadão de Ipanema e Copacabana. Ia na piscina do Hotel Intercontinental, em São Conrado, onde havia um bar molhado no meio da piscina, que achava a coisa mais extraordinária. Também gostava muito do Jardim Botânico e da fonte de água natural, e pude levar minha filha lá recentemente.

Tínhamos também um saveiro (uma espécie de veleiro), que ficava ancorado na Marina da Gloria, que velejávamos o final de semana. O marinheiro tinha um ratinho branco, que ficava andado de cima para baixo na proa do barco.

Estudei no Maternal, perto de casa, e no Jardim de Infância, esse último em escola alemã, no Corcovado. Rezávamos o Pai Nosso em alemão, e lembro-me que cantávamos o Hino Nacional do Brasil e Alemanha. Uma vez fizeram um bolo gigante de metros de altura, de aniversário da escola. Nas férias e feriados íamos para São Paulo visitar meus avôs, muitas vezes de trem, algo que infelizmente não existe mais...

Quando tinha sete anos, meus pais, que são ambos paulistanos, voltaram para São Paulo, para depois virem a se divorciar um ano depois, e minha experiência do Rio acabou. Ainda lembro da arara e da fonte de água do Jardim Botânico, que pude levar minha filha recentemente, para ela, nova geração, já perguntar se é água filtrada e se podia tomá-la...

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